Saí do recinto da feira às 18 horas em ponto e corri para o metro. Atrapalhei-me uma ou duas vezes com as palavras. O alemão confunde-me. Sabia onde tinha de ir. Em Frankfurt, às quintas, os museus têm horário alargado. Tinha ainda algumas horas – três. Analisei o mapa da cidade sem margem para dúvidas a estação mais próxima do destino ficava do outro lado do rio. Tentava entender as indicações que me davam quando tentava pronunciar Städelsches Kunstinstitut. O tempo passava e eu sabia que não podia perder a oportunidade. Apanhei um táxi – um homem argelino conduzia e falava espanhol. Sorri e descansei. Parámos na lateral de um grande jardim vedado. Corri, atravessei o portão e, já na casa enorme, uma espécie de governanta falou comigo – falou num alemão suave e doce. Não entendi nada a não ser o gesto para seguir pela direita – a minha – e virar à esquerda. Sim. Era a entrada. Não paguei bilhete porque à quinta e no horário alargado, a entrada é gratuita. Respirei. Peguei no mapa do museu que não era grande e procurei a galeria. Um corredor pequeno e estreito e, numa espécie de nicho, lá estava ele. O coração parou de bater, a respiração era lenta e sossegada. Do outro lado estava a obra. Uma tela de 52 x 45,5 cm – pequena portanto – e com tanta coisa para me contar. Fiquei parada muito tempo até me esquecer. Dei uma volta rápida ao museu que era pequeno e voltei ao pequeno corredor para me despedir. O guarda da galeria sorriu e passados alguns minutos veio dizer-me que estava na hora de fechar. Fechou às 21h.
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