o cunho uterino com que entrego as palavras,
todas as palavras,
até mesmo as palavras que estabelecem a essência,
é existente em mim desde a origem.
é imensamente cruel o choro dos que nunca choraram.
a vida dói de repente e num impulso se apaga
onde já não há prazo sequer para chorar.
entre a vida e a morte há uma fuga de interjeições desconexas.
removo as entranhas e perscruto o feto fétido que me habita o útero – é um hábito taciturno que me preenche o espírito.
removo-lhe as carnes putrefactas para que novas ressurjam
e assim será como tem sido ao longo dos séculos.
quarta-feira, junho 07, 2006
esgar abortivo
encenado por Sílvia Alves à(s) 02:00
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